Acaba de ser lançado no Brasil um medicamento que promete facilitar a prevenção de trombose em pacientes submetidos a cirurgias ortopédicas, como as artroplastias de joelho e quadril. Aprovado pela Anvisa em 2008, o anticoagulante etexilato de dabigatrana chega às farmácias do País como uma opção aos exames de sangue periódicos e aplicações intravenosas - que acabam reduzindo o número de pacientes que aderem ao tratamento. "O medicamento soma eficácia de ação e baixo risco de hemorragias a um preço acessível, resultando em uma maior adesão ao tratamento médico", comenta Paulo Gouvêa, do laboratório responsável pelo remédio Boehringer Ingelheim.
Com a disponibilidade do etexilato de dabigatrana no mercado nacional, o médico tem a opção de oferecer ao paciente um tratamento acessível, simples e seguro. Exames de sangue periódicos para checar possíveis casos de hemorragias, ou mesmo tratamentos intravenosos caseiros passam a não ser mais necessários. "O novo remédio pode ser tomado uma vez ao dia, em dose única e sem riscos de hemorragia".
As facilidades de posologia do medicamento podem, então, significar uma maior adesão ao tratamento e ajudar na redução da TVP. Nos Estados Unidos, os casos de trombose associada a embolia pulmonar chegam a 900 mil por ano, levando a 300 mil óbitos. "No Brasil, não há dados sobre a incidência da trombose, mas cerca de 63% dos casos de fraturas de fêmur e quadril terminam em coágulo".
Vantagens do etexilato de dabigatrana:
- Baixo potencial de hemorragias;
- Elevada ação anticoagulante;
- Fácil posologia;
- Preço acessível: R$121, a caixa com 10 comprimidos de 110mgr (cerca de 40% mais barato que o similar);
- Resposta imediata e reversível (pico de ação no organismo duas horas após a ingestão; entre 14 e 17 horas após o uso do remédio, ele é eliminado pela urina).
Entenda a trombose venosa profunda
Apesar das conseqüências sérias, como a amputação de membros, a trombose é traiçoeira e pode passar despercebida e silenciosa. "Alguns casos aparecem após anos da cirurgia, outros podem resultar em uma embolia pulmonar, causando a morte da área atingida do pulmão", explica José Ricardo pécora, ortopedista do Hospital das Clínicas da USP.
De acordo com o médico, cerca de 80% dos casos são assintomáticos e podem causar a TVP quando não há profilaxia. A prevenção é simples e pode ser feita com meias elásticas específicas, compressão pneumática, fisioterapia e com o uso de medicamentos anticoagulantes (como o etexilato de dabigatrana).
Em alguns casos, no entanto, o coágulo pode migrar para o pulmão e causar a embolia pulmonar, levando à falência do tecido atingido. Mas, complicações como dor intensa, inchaço nas pernas (ou local atingido), vermelhidão e calor, endurecimento da musculatura da perna e formação de nódulos dolorosos nas varizes podem ainda resultar em úlceras e amputações.
